E o hábito de sofrer, que tanto me diverte,
é doce herança itabirana.
(Drummond de Andrade / Confidência do Itabirano)
É nessas horas que dá vontade de voltar. Pelo menos por uns cinco minutos. Depois de uma discussão de meia hora com seu professor por motivo acadêmico-burocrático-idiota, onde você nem ele resolvem nada, você sai com a sensação de que, além de não resolver nada, ganhou um inimigo e vai ter que rebolar pra passar na matéria. Massa. Você precisa desabafar. Desce as escadas, vai para o pátio enfurecida e encontra os colegas. Todos norte-europeus. Todos educados, arianos que não falam nomes feios, não usam hipérboles desabonadoras e nem dizem que vão matar o professor, amordaçar os funcionários, quebrar as salas de aula e destruir a faculdade toda até o prédio virar arte moderna. Não, essa gente não me entende.
Para não bancar a subdesenvolvida primata urrando na jaula, não digo nada. Volto pra casa com isso entalado. Aliás, sempre volto com alguma coisa entalada, uma grande alegria ou uma grande tristeza, por que essa avalanche diária de sentimentos extremados é herança latina maledita, não têm lugar nestas terras civilizadas. Onde o povo é sóbrio e ponderado. Onde faz frio por fora e por dentro, nas mãos e na alma.
A burocracia é isso: quando as palavras precisam passar por triagem antes de vir à boca. E espontaneidade é anarquia involuntária. Todo dia, carimbo e autentico minhas frases mais bobinhas. E nunca pensei que bater numa mesa para emendar uns dez palavrões pudesse fazer tanta falta.
Afff
O q deu em vc??rsrsrss
Tá parecendo sua amiga!!rsrsrs
Bjs!!
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Srta. Por obséquio, onde é que posso pegar a senha para que possa comentar?
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