Não acham que a disputa petralhas cubanos x coxinhas racistas foi reveladora, amiguinhos? Primeiro, por que a apuração dos votos atrasou por uma hora em respeito ao fuso horário do Acre – o que, necessariamente, comprova a existência do mesmo. Mas, principalmente, por que ela acabou com o longo trabalho de construção de imagem pública de muita gente fina, elegante e sincera. Conhece alguém que tenha passado o ano inteiro postando trechos de Paulo Coelho, foto de família feliz e cachorrinho para doação, mas que, de repente, entrou numa vibe malévola de “nordestino favelado feladaputa” e “chupa essa, playboy” para surpresa de todos? Pois é. Um lado acusando o outro de ditadura – não sei que ditadura é essa que até agora não chegou para sentar o cassetete em ambos – e perderam a linha bonito. Achei válido, achei coerente, achei que devia reprisar no Animal Planet.
Mas tudo isso foi até ontem. Depois de meses de chilique mútuo, acho que está rolando um certo silêncio constrangido nas redes sociais.
A minha primeira hipótese é de que bateu a ressaca moral. Né? Quem nunca? Se você também passou os últimos dias esbofeteando militante e chutando a cara de opositor, eu recomendo esse site que tem como proposta reatar as amizades com slogans criativos. Frases como “desculpa ter te mandando tomar em Cuba” ou “engavete tudo o que eu disse” tentam resgatar a paz mundial. Acho digno.
Já a segunda hipótese para o silêncio na internet seria de que metade do Brasil está estudando para o Pronatec e a outra parte partiu para Miami – deixando o Lobão para trás, infelizmente. Não sabemos. Espero que estejam festejando com pagode ou lamentando com Blue Label bem longe de qualquer teclado de computador, só por segurança, por que a cota de constrangimento nacional já estourou. Depois de tanto engajamento político ingênuo e repentino, rezo para que os meus compatriotas canalizem seus instintos homicidas para outro BBB ou Brasileirão – aliás, como de costume – e que reservem apenas o cérebro para questões de ordem pública. Caso tenha sobrado algum, é claro.
Vocês me mataram de vergonha nessas eleições, queridos. Temos que rever esse faniquito aí.
Até 2018. Um beijo.
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