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Posts Tagged ‘resumo’

“A humanidade não progride lentamente, de combate em combate, até uma reciprocidade universal, em que as regras substituiriam para sempre a guerra. Ela instala cada uma de suas violências em um sistema de regras e prossegue assim de dominação em dominação.” (69)

“Temos diante dos olhos cidades em ruínas e monumentos enigmáticos. Detemo-nos diante das muralhas abertas, perguntamo-nos que deuses puderam habitar aqueles templos vazios. As grandes épocas não tinham tais curiosidades nem tão grandes respeitos, elas não reconheciam predecessores: o classicismo ignorava Shakespeare.” (79)

“Por que não é com ideias que se faz avançar a história, mas com uma força material, a do povo que se reunifica nas ruas.” (115)

“A lição é a velha ideia de Marx: o novo nasce a partir do antigo.” (119)

“No primeiro estágio da revolução ideológica, sou pela pilhagem, sou pelos excessos. É preciso inverter a dominação, não se pode destruir um mundo delicadamente.” (123)

“Nenhuma teoria pode se desenvolver sem encontrar uma espécie de muro e é preciso prática para atravessar o muro.” (130)

“Uma teoria é como uma caixa de ferramentas. Nada tem a ver com o significante… É preciso que sirva, é preciso que funcione. E não para si mesma. (…) É curioso que seja um autor que é considerado um puro intelectual, Proust, que o tenha dito tão claramente: tratem meus livros como óculos dirigidos para fora e, se eles não lhe servem, consigam outros, consigam vocês mesmos seus instrumentos, que é forçosamente um instrumento de combate.” (132)

“É preciso ouvir a exclamação de Reich: não, as massas não foram enganadas, em determinado momento elas desejaram o fascismo!” (140)

“No exército do século XVII, os indivíduos estavam amontoados. O exército era um aglomerado de pessoas com as mais fortes e mais hábeis na frente, nos lados e, no meio, as que não sabiam lutar, eram covardes, tinham vontade de fugir. A força de um corpo de tropa era o efeito da densidade dessa massa.” (180)

“No fundo da Prática Científica existe um discurso que diz: nem tudo é verdadeiro, mas em todo lugar e a todo momento existe uma verdade a ser dita e a ser vista, uma verdade talvez adormecida, mas que no entanto está somente à espera de nosso olhar para aparecer, à espera de nossa mão para ser desvelada. A nós cabe achar a boa perspectiva, o ângulo correto, os instrumentos necessários, pois de qualquer maneira ela está presente aqui e em todo lugar.” (190)

“A característica destas instituições (escola, usina, hospital) é uma separação decidida entre aqueles que têm o poder e aqueles que não o têm.” (206)

“Convêm desvencilhar as cronologias e as sucessões históricas de qualquer perspectiva de sucesso.” (228)

“A partir do momento em que se atinge o poder, deixa-se de saber: o poder enlouquece, os que governam estão cegos. E somente aqueles que estão à distância, que não estão em nada ligados à tirania, fechados em suas estufas, em seus quartos, em suas meditações, podem descobrir a verdade.” (230)

“Parafraseando Astruc, que dizia: ‘o cinema americano, este pleonasmo’, poderíamos dizer: o historiador marxista, este pleonasmo.” (232)

“Na realidade, a impressão de que o poder vacila é falsa, porque ele pode recuar, se deslocar, investir em outros lugares… e a batalha continua.” (235)

“A política é a guerra prolongada por outros meios.” (275)

(Microfísica do Poder / Michel Foucaut)

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