“Impossível ordenar o mundo dos valores. Ninguém coloca ordem na casa do capeta.” (Pág. 55)
“O povo é só e será sempre, a massa dos governados; diz inclusive tolices, que você enaltece, sem se dar conta de que o povo fala e pensa, em geral, segundo a anuência de quem o domina.” (Pág. 60)
“Te digo somente que ninguém dirige aquele que Deus extravia!” (Pág. 61)
“A desordem também privilegia, a começar pela força bruta.” (Pág. 62)
“Se não posso ser amado, me contento fartamente em ser odiado.” (Pág. 63)
“Fácil concluir que dois e dois são quatro à sombra de uma figueira, queria ver alguém puxar linhas e outros segmentos, fechar rigorosamente um círculo, demonstrar enfim um teorema em plena fogueira do inferno.” (Pág. 68)
“Eu fiz de conta que esqueci de tudo e que o mundo agora só tinha aquele apertado metro de diâmetro.” (Pág. 71)
“A culpa melhora o homem. A culpa é um dos motores do mundo!” (Pág. 80)
“As palavras – impregnadas de valores – cada uma trazia, sim, no seu bojo, um pecado original, assim como atrás de cada gesto sempre se escondia uma paixão, me ocorrendo que nem a banheira do Pacífico teria água bastante para lavar e serenar o vocabulário.” (Pág. 80)
(Raduan Nassar / Um Copo de Cólera)