
Posts Tagged ‘romance’
Memórias Póstumas
Posted in books on the table (literatura), tagged literatura, livro, machado de assis, mariana miranda, romance on novembro 14, 2024| Leave a Comment »

Pausa na obrigação de existir
Posted in books on the table (literatura), tagged áfrica, desmaiar, desmaio, falamarimiranda, literatura, livro, livros, mariana miranda, marianamiranda, mia couto, moçambique, romance on julho 21, 2019| Leave a Comment »
“- Posso fazer-lhe uma pergunta íntima?
– Depende – responde o português.
– O senhor já alguma vez desmaiou, Doutor?
– Sim.
– Eu gostava muito de desmaiar. Não queria morrer sem desmaiar.
O desmaio é uma morte preguiçosa, um falecimento de duração temporária. O português, que era um guarda-fronteira da vida, que facilitasse uma escapadela dessas, uma breve perda dos sentidos.
– Me receite um remédio para eu desmaiar.
O português rir-se. Também a ele apetecia uma intermitente ilucidez, uma pausa na obrigação de existir.
– Uma marretada na cabeça é a única coisa que me ocorre.
Riem-se. Rir juntos é melhor do que falar a mesma língua. Ou talvez o riso seja uma língua anterior que fomos perdendo à medida que o mundo foi deixando de ser nosso.”
(Mia Couto / Venenos de Deus, Remédios do Diabo)
Romance
Posted in choro baldes (arte), tagged cinema, filme, guel arraes, mariana miranda, nacional, romance on agosto 6, 2017| Leave a Comment »
A Máquina de Fazer Espanhóis, Valter Hugo Mãe
Posted in books on the table (literatura), tagged a máquina de fazer espanhóis, literatura portuguesa, livro, mariana miranda, romance, trechos, valter hugo mãe on junho 28, 2017| Leave a Comment »
“Não a posso deixar aqui sozinha. Não estaria sozinha. Estaria sozinha de mim, que é a solidão que me interessa e a de que tenho medo.” (pág. 29)
“Estaria numa aniquilação imediata também, poupando-me a miséria de ver o sol que arde sem respeito por qualquer tragédia.” (pág. 36)
“Gosto desta maldade, não podemos ficar velhos e vulneráveis a todas as coisas, temos que nos rebelar aqui e acolá, caramba, temos que estar a postos para alguma retaliação, algum combate, não vá o mundo pensar que não precisa tomar cuidado com as nossas dores.” (pág. 87)
“É um sentimento que fica escondido, à boca fechada, por quê sabemos que talvez não devesse existir, mas existe por quê o passado, neste sentido, é mais forte do que nós. Quem fomos há sempre de estar contido em quem somos, por mais que mudemos ou aprendamos coisas novas.” (pág. 130)
“Eu, de fato, ainda adoro a Amália e ouço-a quase a chorar se for preciso e se tivesse que escolher um único português para entrar no paraíso, talvez quisesse que fosse ela, para eternizar de verdade aquela voz, a maior voz da desgraça e do engano dos portugueses. Pena não haver paraíso, já não haver Amália e ter havido e sobrar tanta desgraça e engano.” (pág. 147)
“Somos um país de cidadãos não praticantes. Somos um país de gente que se abstém.” (pág. 167)
“Havia uma morte para cada um. Alinhada como em fileiras do exército, aprumada em grande brio para vir colher quem lhe competia no momento certo. A morte era, afinal, a mais organizada das instituições. Cheia de afazeres e detalhes, mas muito competente e certeira.” (pág. 190)
“Deus é uma cobiça que temos dentro de nós. É um modo de querermos tudo, de não nos bastarmos com o que é garantido e já tão abundante. Deus é a inveja pelo que imaginamos. Como se não fosse suficiente tanto quanto se nos põe diante durante a vida. Queremos mais, queremos sempre mais, até o que não existe nem vai existir.” (pág. 203)
“Sabes que os peixes têm uma memória de segundos. Aqueles peixes bonitos que vês dentro dos aquários pequenos, sabes que têm uma memória de segundos, três segundos, assim. É por isso que não ficam loucos dentro daqueles aquários sem espaço, por quê a cada três segundos estão como num lugar que nunca viram e podem explorar. Deveríamos ser assim, a cada três segundos ficávamos impressionados com a mais pequena manifestação de vida, por quê a mais ridícula coisa na primeira viagem seria uma explosão fulgurante da percepção de estar vivo.” (pág. 247)
(Valter Hugo Mãe / A Máquina de Fazer Espanhóis, 2010)
Suíte Francesa, Irène Némirovsky
Posted in choro baldes (arte), tagged cinema, filme, guerra, Irène Némirovsky, literatura, livro, romance, suíte francesa on novembro 18, 2016| Leave a Comment »
“Quer conhecer o caráter de todos? Comece uma guerra.”
(Irène Némirovsky / Suíte Francesa)





Bright Star
Posted in choro baldes (arte), tagged Bright Star, filme, romance on novembro 29, 2010| Leave a Comment »
