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Posts Tagged ‘trecho’

“Já foi à Europa Ocidental? Lembro de quando fui à Varsóvia, quando eu era adolescente. Ainda era um regime comunista radical, que não aprovo. Estar lá foi muito interessante. Depois de duas semanas, algo dentro de mim mudou. A cidade era cinzenta e triste, mas, depois de algum tempo, meus pensamentos clarearam. Passei a escrever mais no meu diário ideias que nunca tivera. Levou um tempo para eu entender que eu tinha mudado. Um dia, eu passei por um cemitério judeu e, não sei por que, percebi, enquanto estava lá, estava sem fazer o que costumava havia duas semanas. A tv transmitia numa língua que eu não entendia, não havia nada para comprar, não havia propaganda. Então, eu passei meu tempo caminhando, pensando e escrevendo. Meu cérebro estava descansado, livre da agitação frenética. Era como se eu tivesse entorpecida. Eu sentia calma interior, não queria estar em outro lugar, fazendo compras. Primeiro, foi um tédio, mas acabou enaltecendo minha alma. Foi interessante, entende?”

(Antes do Pôr do Sol/ Richard Linklater, 2004)

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“Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio.
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos
Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
(Enlacemos as mãos).”

(Fernando Pessoa / Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio)

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“Mas, quando nada subsiste de um passado antigo, após a morte dos seres, após a destruição das coisas, apenas o cheiro e o sabor, mais frágeis mas vivazes, mais imateriais, mais persistentes, mais fiéis, permanecem ainda por muito tempo, como almas a fazer-se lembradas, à espera sobre a ruína de todo o resto, a carregar sem vacilações sobre a sua gota quase impalpável o edifício imenso da memória.”

(Marcel Proust / Em Busca do Tempo Perdido I – O Caminho de Swann, p.57)

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jose luis peixoto, a criança em ruínas

(José Luis Peixoto / A Criança em Ruínas)

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