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Posts Tagged ‘mariana mirada’

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“Tínhamos

em comum

ter de ganhar

o pão

de cada dia

e ter muita

dificuldade

em ganhar

o pão

de cada dia.

Isso

é muito mais

que a questão

do destino.”

.

(Adília Lopes / Dobra)

.

.

* poema de referência à citação “Tínhamos de verdadeiro a questão do destino”, de João Miguel Fernandes

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O WordPress me escreveu informando que este blog completa 10 anos hoje. Pareceu um mérito impressionante, em pleno 2017, ter um blog ativo.

Lembro vagamente que a página nasceu de um exercício banal da universidade. Depois virou portfólio de crônicas, depois diário de viagens, depois arquivo de resenhas literárias e não sei bem qual o papel que ele exerce hoje em dia, tipo circo do interior: se reinventando pra sobreviver. Devo reconhecer que mantive com ele uma relação mais estável do que com 95% das pessoas à minha volta. Alimentei sempre. O blog é isso, o meu cachorro virtual.

Honestamente, não sei mais dizer qual o perfil do leitor de agora – internet é tipo igreja, né, sempre de portas abertas. Cada vez mais gente de mais longe se aproxima e é bom conhecer pessoas novas, tem cidadão que surgiu por aqui e, hoje, assalta a minha geladeira semanalmente, há os desconhecidos que me abordam na rua decepcionados: a cara é a mesma, mas te imaginava vestida de preto e coberta de tatuagens. Teve conteúdo que virou peça teatral, matéria de revista e até objeto de estudo em universidade de São Paulo. O blog virou também um desses arquivos que eu mesma consulto pra lembrar o nome de um livro, a data de um evento e acabo revivendo pequenos vexames – sério que eu realmente escrevi isso?? – acho que toda timeline tem um pouco de amizade antiga, pronta pra bater no seu ombro dizendo: lembra de como você era bizarro? Nossa memória nos escapa, fantasia coisas, omite fatos, mas um código binário não mente. Meu blog foi o terrível Grilo Falante da minha última década.

Sobre os outros blogueiros, posso dizer que vivo essa sensação de que as pessoas estão arrumando seus brinquedos e indo embora do play por motivo de “prefiro mídias líquidas que não deixem rastros e Deus me livre lembrarem de quem eu fui anteontem”. Eu, é claro, compreendo. Ainda assim, o Snapchat e o Stories que me perdoem, mas eu vou continuar por aqui mesmo, sentada sobre os arquivos que criei na Idade Média. Razão 1: eu fui alfabetizada antes de aprender a me filmar conversando sozinha com uma câmera. Razão 2: apesar de tudo, eu não quero que minhas histórias desapareçam. Acreditem, crianças, de qualquer forma a internet sabe o que vocês fizeram no verão passado. Acho que nunca mudei de plataforma por que sou meio tipo aquelas vovós que têm medo de apertar o botão errado no microondas e detonar uma bomba no Oceano Pacífico, mas principalmente por quê eu não quero que minhas ideias sejam deletadas em 24h. Eu quero ficar com tudo o que é meu. Não quero que evapore. Meu plano é sentar aqui bem bonita e continuar acumulando vexames para a posteridade.

Hoje este blog completa 10 anos e talvez o grande mérito dele seja esse mesmo – veja só – ainda estar vivo. Fico feliz de existirmos todos de modo simultâneo: eu, a internet, as pessoas que lêem, as pessoas que escrevem. Ao menos, as que ainda escrevem. As que eu ainda posso ler. As que ainda digitam divagações inúteis enquanto aguardam pela senha no balcão da existência. Que sorte a nossa, eu acho.

O blog agradece o carinho de todos. Até 2027. Um beijo.

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“Era estranho estar voltando novamente à Espanha. Jamais esperava retornar ao país que amara mais do que a qualquer outro além do meu.” (Pág. 47)

“No entanto, a maior parte deste tempo, foi como se estivesse na cadeia, só que preso do lado de fora, não de dentro.” (Pág. 50)

“Pamplona não é um lugar que se leve a esposa. Você até pode trazê-la. Mas correrá o risco de a perder para um homem melhor do que você.” (Pág. 145)

(Ernest Hemingway / O Verão Perigoso)

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