
Archive for the ‘books on the table (literatura)’ Category
Memórias Póstumas
Posted in books on the table (literatura), tagged literatura, livro, machado de assis, mariana miranda, romance on novembro 14, 2024| Leave a Comment »

As Ondas
Posted in books on the table (literatura), tagged falamarimiranda, literatura, mariana miranda on setembro 5, 2024| Leave a Comment »
“Não precisa ter pressa.
Não há necessidade de brilhar.
Não precisa ser ninguém além de si mesmo.”
(Virginia Woolf / As Ondas, 1931)
Apolítica
Posted in books on the table (literatura), tagged falamarimiranda, literatura, mariana miranda, poema, poesia on julho 12, 2024| Leave a Comment »

Torto Arado
Posted in books on the table (literatura), tagged falamarimiranda, literatura, livro, mariana miranda, texto, torto arado, trechos on janeiro 30, 2024| Leave a Comment »
Difíceis e caras
Posted in books on the table (literatura), tagged frases, literatura, Spinoza on julho 26, 2022| Leave a Comment »
Hemingway
Posted in books on the table (literatura), tagged hemingway, literarura, livro on março 19, 2022| 1 Comment »
Casa grande
Posted in books on the table (literatura), tagged casa grande, demora a limpar, literatura, mariana miranda, poesia, séculos, verso on outubro 19, 2021| Leave a Comment »
Esperando Godot
Posted in books on the table (literatura), choro baldes (arte), tagged filosofia, godot, literatura, mariana miranda on julho 1, 2021| Leave a Comment »
Livro: Ideias para adiar o fim do mundo, de Ailton Krenak
Posted in books on the table (literatura), tagged ailton krenak, blog mariana miranda, ideias para adiar o fim do mundo, literatura, livro, mariana miranda, resenha, trechos on abril 16, 2021| Leave a Comment »

“Fomos nos alienando desse organismo de que somos parte, a Terra, e passamos a pensar que ele é uma coisa e nós, outra: a Terra e a humanidade. Eu não percebo onde tem alguma coisa que não seja natureza. Tudo é natureza. O cosmos é natureza. Tudo em que eu consigo pensar é natureza.”
(pág. 16-17)
“Se já houve outras configurações da Terra, inclusive sem a gente aqui, por que nos apegamos tanto a esse retrato com a gente aqui?”
(pág. 58)
“O fim do mundo talvez seja uma breve interrupção de um estado de prazer extasiante que a gente não quer perder. Parece que todos os artifícios que foram buscados pelos nossos ancestrais e por nós têm a ver com essa sensação. Quando se transfere isso para a mercadoria, para os objetos, para as coisas exteriores, se materializa no que a técnica desenvolveu, no aparato todo que se foi sobrepondo ao corpo da mãe Terra. Todas as histórias antigas chamam a terra de Mãe, Pacha Mama, Gaia. Uma deusa perfeita e infindável, fluxo de graça, beleza e fartura. Veja-se a imagem da deusa grega da prosperidade, que tem a cornucópia que fica o tempo todo jorrando riqueza sobre o mundo… Noutras tradições, na China e na Índia, nas Américas, em todas as culturas mais antigas a referência é de uma provedora maternal. Não tem nada a ver com a imagem masculina ou do pai. Todas as vezes que a imagem do pai rompe essa paisagem é sempre para depredar, detonar e dominar.”
(pág. 60-61)
“Não tem fim de mundo mais iminente do que quando você tem um mundo do lado de lá do muro e um mundo do lado de cá, ambos tentando adivinhar o que o outro está fazendo. Isso é um abismo, uma queda. Então a pergunta a fazer seria: “Por que tanto medo assim de uma queda se a gente não fez nada nas outras eras senão cair?”.
(pág. 62)
“(…) no ciclo das navegações, quando se deram as saídas daqui para a Ásia, a África e a América -, é importante lembrar que grande parte daqueles mundos desapareceu sem que fosse pensada uma ação para eliminar aqueles povos. O simples contágio do encontro entre humanos daqui e de lá fez com que essa parte da população desaparecesse por um fenômeno que depois se chamou epidemia, uma mortandade de milhares e milhares de seres. Um sujeito que saía da Europa e descia numa praia tropical largava um rastro de morte por onde passava. O indivíduo não sabia que era um peste ambulante, uma guerra bacteriológica em movimento, um fim de mundo; tampouco o sabiam as vítimas que eram contaminadas. Para os povos que receberam aquela visita e morreram, o fim do mundo foi no século XVI.”
(pág. 70-71)
“(…) na frase célebre de Lévi-Stauss, “o mundo começou sem o homem e terminará sem ele”.
(pág. 84)
(Ailton Krenak / Ideias para adiar o fim do mundo, 2019)
Livro: Torto Arado, de Itamar Vieira Júnior
Posted in books on the table (literatura), tagged itamar vieira júnior, jabuti, literatura, livro, mariana miranda, premiado, resenha, trechos on abril 13, 2021| Leave a Comment »

“Meu pai, quando encontrava um problema na roça, se deitava sobre a terra com o ouvido voltado para seu interior, para decidir o que usar, o que fazer, onde avançar, onde recuar. Como um médico à procura do coração.”
(pág. 100)
“Nessa horas eu, que tomei raiva de homem, que nunca mais quis deitar ou casar com homem, talvez deitasse de novo só para ter filhos, para ter com quem sentar para desfiar essas histórias que não me abandonam. Talvez lhes desse uma pilha de cadernos velhos, manchados de umidade da chuva, ou roído de traças, para que lessem e pudessem entender do que somos feitos.”
(pág. 170-171)
“Era o medo de quem foi arrancado do seu chão. Medo de não resistir à travessia por mar e terra. Medo dos castigos, dos trabalhos, dos sol escaldante, dos espíritos daquela gente. Medo de andar, de desagradar, medo de existir. Medo que não gostassem de você, do que fazia, que não gostassem do seu cheiro, do seu cabelo, da sua cor.”
(pág. 178)
(Itamar Vieira Júnior \ Torto Arado)




