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Posts Tagged ‘literatura’

“Sei que choras muitas vezes

Sozinha

E que lavas o rosto

(ah, onde ando eu

para a tua dor não ser minha).”

 

(António Reis / Poemas Quotidianos, 1959, p. 84)

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o grande gatsby filme

(F. Scott Fitzgerald / O Grande Gatsby, 1925)

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“Ali todos vivem como zumbis, tentando se salvar até o dia seguinte, mitigar uma dor que já nem sentem mais. Não há nada de especial nesta minha gente, ela apenas suporta de mansinho este banimento, como eu, como você. E o que Vega queria era me chamar para a vida. Sim, por que eu estava atolado num vilarejo nada sensual (esta porra de lugar não é a maquete do mundo?), cercado de olhos mortos e ela me surgiu, a encarnação de um sonho, me chamando para dançar no fogo.”

(Dênisson Padilha Filho / Eram olhos enfeitados de Sol, 2017)

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“Se vai tentar, tente até o fim. Caso contrário, nem comece. Isso pode significar perder amores, casamento, parentes e até mesmo a sua própria cabeça. Pode significar não comer durante três ou quatro dias. Pode significar congelar num banco de jardim. Pode significar prisão, escárnio, isolamento. A solidão é até uma dádiva. Todos os outros são um teste à sua resistência, do quanto você realmente quer fazê-lo. E tu vais fazê-lo, apesar da rejeição e das piores hipóteses. E será melhor do que qualquer outra coisa que você possa imaginar. Se vai tentar, vá até o fim. Não há outra emoção como essa. Você vai ficar sozinho com os deuses e as noites queimarão como o fogo. Insista, insista, insista. Você cavalgará pela vida direto para a gargalhada perfeita. Esta é a única boa luta que existe.” 

(Charles Bukowski / Jogue os Dados)

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“Quando vier a primavera,
Se eu já estiver morto,
As flores florirão da mesma maneira
E as árvores não serão menos verdes que na primavera passada.
A realidade não precisa de mim.

Sinto uma alegria enorme
Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma.

Se soubesse que amanhã morria
E a primavera era depois de amanhã,
Morreria contente, porque ela era depois de amanhã.
Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?
Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo;
E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse.
Por isso, se morrer agora, morro contente,
Porque tudo é real e tudo está certo.

Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem.
Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.
Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências.
O que for, quando for, é que será o que é.”

(Fernando Pessoa / Poemas Inconjuntos, 1946)

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Mais trechos do livro aqui.

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“A porta estava trancada

E o universo

Tocava a minha música.”

(Charles Bukowski / Hino da Tormenta)

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“O que você mais teme acaba acontecendo.
O que você mais quer acaba acontecendo.
O que ninguém espera acaba acontecendo.
O que ninguém consegue mais conter
acaba de acontecer.”

 

(Arnaldo Antunes / Agora aqui ninguém precisa de si)

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“Diz o meu nome
pronuncia-o
como se as sílabas te queimassem
os lábios
sopra-o com a suavidade
de uma confidência
para que o escuro apeteça
para que se desatem os teus cabelos
para que aconteça

Porque eu cresço para ti
sou eu dentro de ti
que bebe a última gota
e te conduzo a um lugar
sem tempo nem contorno

Porque apenas para os teus olhos
sou gesto e cor
e dentro de ti
me recolho ferido
exausto dos combates
em que a mim próprio me venci

Porque a minha mão infatigável
procura o interior e o avesso
da aparência
porque o tempo em que vivo
morre de ser ontem
e é urgente inventar
outra maneira de navegar
outro rumo, outro pulsar
para dar esperança aos portos
que aguardam pensativos

No húmido centro da noite
diz o meu nome
como se eu te fosse estranho
como se fosse intruso
para que eu mesmo me desconheça
e me sobressalte
quando suavemente
pronunciares o meu nome.”

(Mia Couto / Raiz de Orvalho)

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“A humanidade está vivendo uma situação de apocalipse, entendendo a palavra apocalipse como revelação. Há algo desmoronando e há também algo que está nascendo. Nós escutamos o barulho do carvalho que cai, mas não escutamos o barulho da floresta que brota. Ouvimos o ruído das torres desmoronando, mas não escutamos a consciência que desperta. Em geral, falamos das coisas que fazem ruído, mas o importante é aquilo que não se ouve. É preciso prestar atenção às sementes que estão brotando.”

(Jean-Yves Leloup / A Arte da Atenção)

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