
Archive for the ‘choro baldes (arte)’ Category
Mad man
Posted in choro baldes (arte), tagged mad Man, minissérie, netflix, série on março 23, 2021| Leave a Comment »
Choradeiras latinas
Posted in choro baldes (arte), havaiana de pau (day life), tagged canção, carlos gardel, el dia que me quieras, mariana miranda, música, quarentena, tango, trompete, vizinhos on agosto 7, 2020| Leave a Comment »
Sempre, na última quinta-feira do mês, oito da noite, um vizinho toca trompete. Vizinho ou vizinha, não sei, nunca vi. Dizem que faz isso há anos, dá pra ouvir de vários lugares, é bonito de acompanhar. Pelo som, desconfio que more a dois ou três quarteirões de mim. Pelo repertório, desconfio que é meu parente. A pessoa toca todas as músicas da minha infância.
(Devo dizer que não são canções infantis. Cresci ouvindo boleros castelhanos nos aniversários, nos natais, nos velórios, meus tios brindam qualquer coisa cantando. Família galega, dada à choradeiras latinas, relevem).
Algumas vezes segui a música pela rua para encontrar a localização exata, quase encontrei. Fico imaginando uma prima perdida tentando se comunicar comigo, mandando um sinal. Esperando que eu entenda. Esperando que eu interfone qualquer dia.
Durante a quarentena, com as ruas excepcionalmente silenciosas, a apresentação fica mais bonita. O pessoal do meu condomínio escuta das varandas e alguns até batem palmas. Dessa vez, não vai dar para sair para procurar o endereço, mas comprei um vinho e carreguei as baterias do gravador. Vou registrar o som, o volume, o vento. Sou boa em procurar as coisas. Preciso apenas que continue tocando.
Portanto, não desista. Falta pouco, prima.
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Dans mon île
Posted in choro baldes (arte), tagged canção, ilha, mariana miranda, música, música francesa, na minha ilha, videoclipe on julho 23, 2020| Leave a Comment »
(Henri Salvador / Dans mon île)
Tirinha
Posted in choro baldes (arte), tagged ensinar, filho, gibi, jorge, mariana miranda, maternidade, mãe, palavrão, sala de aula, tirinha on fevereiro 12, 2020| Leave a Comment »
História de um Casamento
Posted in choro baldes (arte), tagged cinema, drama, filme, história de um Casamento, mariana mirada on janeiro 27, 2020| Leave a Comment »
Não te rendas
Posted in choro baldes (arte), tagged falamarimiranda, literatura, livro, mariana miranda, poema, poesia, uruguai, uruguaio on dezembro 1, 2018| Leave a Comment »
“Não te rendas, por favor, não cedas:
mesmo que o frio queime,
mesmo que o medo morda,
mesmo que o sol se ponha e se cale o vento, ainda há fogo na tua alma,
ainda existe vida nos teus sonhos.
Porque cada dia é um novo início,
porque esta é a hora e o melhor momento.
Porque não estás só, por que eu te amo.”
(Trecho do poema Não Te Rendas, do uruguaio Mário Benedetti)
O Fim da Turnê
Posted in books on the table (literatura), choro baldes (arte), tagged americano, biografia, cinema, diálogo, entrevista, escritor, falamarimiranda, filme, jornalista, literatura, mariana miranda on setembro 26, 2018| Leave a Comment »

“A grande coisa que torna Dostoiévski inestimável para os leitores e escritores norte-americanos é que ele parece possuir graus de paixão, convicção e engajamento com dilemas morais profundos que nós – aqui, hoje – não podemos ou não nos permitimos. (…) Exigimos de nossa arte uma distância irônica das convicções arraigadas ou das questões aflitivas, de modo que os escritores atuais devem ou fazer piadas com elas ou tentar camuflá-las sob algum truque formal.”
(James Ponsoldt / O Fim da Turnê)
Perfect, Ed Sheeran
Posted in choro baldes (arte), tagged canção, ed sheeran, falamarimiranda, mariana miranda, música, perfect, romântica on fevereiro 18, 2018| Leave a Comment »
Não sou dada a fofurices em geral. Mas fui pega desprevenida por essa mistura de cabana na floresta + fotografia no bolso da camisa + recado escrito na embalagem de pizza + filhotinho vira-lata perdido e assustado sendo resgatado no meio da tempestade de neve. Receita completamente esmagadora. Arrebatou (até) o meu (improvável) coraçãozinho.
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Princesa Mégara
Posted in choro baldes (arte), tagged Disney, donzela, falamarimiranda, mariana miranda, perigo, príncipe, princesa on janeiro 27, 2018| Leave a Comment »
Perto do Coração
Posted in books on the table (literatura), choro baldes (arte), tagged falamarimiranda, história, livro, mariana miranda, música on janeiro 24, 2018| Leave a Comment »
Minha mãe me apresentou uma música chamada Perto do Coração, de Nelson Ayres. Li que a canção seria inspirada no livro de Clarice Lispector, Perto do Coração Selvagem. Por sua vez, sei que o título Perto do Coração Selvagem foi inspirado por um trecho de um romance de James Joyce, que até virou epígrafe da obra: “Ele estava só. Estava abandonado, feliz, perto do coração selvagem da vida”. Foi Joyce quem escreveu Ulisses, uma adaptação do poema Odisseia, composta por Homero. E a Odisseia é uma releitura de lendas primitivas relativas à Ítaca, ilha do Mar Jônico. Elas originaram-se da união dos mitos dóricos e micênicos, repletos de criaturas fantásticas.
O que existe em comum entre todas essas obras? Uma certa fusão do humano com o animal. Nesta mitologia ancestral havia uma criatura que era metade humano e metade cavalo: o centauro. Em Homero, o centauro Quiron é sinônimo de força e coragem. O herói Heitor, mesmo não sendo visto com equino nenhum, é chamado “domador de cavalos” e um importante episódio histórico é a Guerra de Troia, onde uma enorme escultura animal surpreende por estar repleta de homens por dentro. Em Joyce, o cavalo é referenciado no azarão que, mesmo fraturado, vence a competição: “As únicas pessoas descentes que vi em locais de corrida eram cavalos”. Em Lispector: “Sentia o cavalo perto de mim, como uma continuação do meu corpo. Ambos respirávamos palpitantes e novos.” (1986, p. 75) Em outra obra da autora – onde o personagem, não por acaso, se chama Ulisses: “Existe um ser que mora dentro de mim, um cavalo preto e lustroso… inteiramente selvagem.” (1988, p.28)
Na História e na Literatura, o centauro representa o religamento do humano com o seu instinto, um retorno ao impulso, à essência, à verdade. É o regresso à Arcádia. Ouço Perto do Coração pensando neste monstro antigo. E lamentando, às vezes, a falta da outra metade.


